terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Diálogo de Rua recomenda

Livros que não podem faltar na sua estante. Foram selecionadas algumas obras que fazem parte do movimento hip hop. Desligue o computador e vá ler um livro!



 
 
Ficção com um drama bem verdadeiro. Narrado em terceira pessoa, a obra revela a história do movimento Hip-Hop no Brasil e suas influências internacionais ao público em geral.  Romance de estreia de Toni C., o leitor com certeza terá contato de maneira quase autobiográfica com movimento. 
 
 
 
 
 

Autobiografia de Alessandro Buzo. Ele é um expoente do movimento cultural da periferia de São Paulo que usa a escrita como papel principal de transformação. As mudanças vieram com o casamento, o hip-hop, a literatura e a preocupação com a realidade em que ele vivia.





O rapper paulista Renan Inquérito transforma em versos a vida, critica a forte desigualdade social e o consumismo desvairado ao qual estamos expostos desde que nascemos. Ele chama as pessoas para a luta: "O futuro é uma bala perdida, meu filho / Mas é você quem aperta o gatilho" E os mais favorecidos: "Empresário, / Não adianta só assinar campanha do agasalho / Queremos autógrafo na carteira de trabalho.
 
 
 
O autor Sérgio Vaz é o idealizador da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia) um sarau que reúne pessoas de todas as idades afim de desenvolver a literatura marginal. Este movimento cultural transformou o bar do Zé Batidão, em Piraporinha, bairro periférico da Zona Sul de São Paulo, em um grande Centro Cultural, que desde 2001, reúne centenas de pessoas em torno da poesia e da palavra. Esta obra, apresentada em formato de bolso, Sérgio Vaz retrata em suas crônicas e poemas o cotidiano inspirador da periferia. 




O livro se posiciona e solicita que o leitor faça o mesmo. O autor André Ebner faz críticas à sociedade e as apresenta de forma poética. Além disso a obra traz os valores a serem seguidos, conflitos psicológicos, igualdade social e liberdade. Tudo isso com uma linguagem popular que inspira o leitor a levantar e lutar por um mundo melhor.








 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Diálogo de Rua entrevista DJ Jogado

Adriano, mais conhecido com DJ Jogado está na cena há mais 13 anos. Ele sempre esteve envolvido diretamente com a Black Music e os toca discos. É amante do Turtablism - arte de manipular sons e criar músicas usando turntable. O DJ sempre está nas principais line-ups dos shows da baixada Santista. Confere aí o bate-papo
Quando surgiu a ideia de se tornar DJ de Hip Hop?
Antes de eu conhecer a cultura Hip Hop eu já arriscava umas mixagens. Ouvia Rap e Dancehall, mas o que eu curtia era o Miami/Freestyle e sempre ficava antenado nos programas de rádio que convidavam djs para mixarem ao vivo. Mas foi assistindo um filme chamado Juice (1992) que surgiu o meu maior interesse em tocar e mixar rap. Além de conhecer, participar e propagar a cultura hip hop através do elemento DJ.

Qual foi a colaboração que o movimento trouxe para a sua vida?
O Hip Hop me mostrou que eu tenho um talento - que eu também poderia e posso fazer arte - através do Hip Hop descobri o dom que Deus me deu. Enfim, antes de entender o que era a cultura eu não tinha um foco na minha vida e tudo era pura aventura sem fundamento. E com o Hip Hop encontrei o destino que me traria toda a felicidade que vivi, vivo e tenho certeza que viverei através da música e  dos amigos(as) que sempre faço e dos lugares que conheçi e conhecerei.

Quais são os estilos existentes para mixar o rap?
Fica difícil pois cada região e país tem a sua forma de denominar seus estilos de rap. Vou responder por mim, os estilos que eu mixo: Nacional, Underground, Raggamuffin, Gangsta, Gospel, Crunk, R&B, Neo Soul, Chill Out, Acid Jazz, entre outros.

 Quais são suas influências para tocar?

Dj Vajra, Dj Q-Bert, Dj Babu, Dj Craze, Dj Primo(R.I.P.), Dj King, Dj Cia, Dj A-Trak e Jazzy Jeff. São vários e também todas as músicas que me motivam e me fazem pensar.


Você inicou a sua carreira em 1994. Ao longo desses anos, qual foi a maior diferença que você pôde enxergar no hip hop?
Muita coisa mudou. Estilos musicais, jeito de se vestir, jeito de falar, mas o que está bastante diferente é a aceitação gigante que o hip hop esta tendo em todas as classes sociais.  A "cultura de rua" invadiu apartamentos, mansões, iates, condomínios e vem se firmando cada vez mais graças aos artistas da cena que sempre lutaram para solidificar essa cultura. Desde que não perca a sua essência, eu acho muito válido o Hip Hop estar dentro de todas as classes sociais.

É notável que a cena está crescendo em Santos e na Baixada Santista. Qual a sua opinião?
Temos que continuar trabalhando e firmando cada vez mais o rap e o Hip Hop aqui.  Nos anos 90 tínhamos festas gigantes que rolavam sempre em Santos e em todas as cidades vizinhas e vejo que isto esta voltando com mais força do que antes, só precisamos de união para que a "nossa cena" firme de vez, e tenhamos sempre festas, eventos, etc, de Hip Hop para podermos nos divertir.


Existe alguma diferença entre tocar na baixada e em outros lugares?
A maior diferença é a ansiedade antes de começar. Você não sabe se as pessoas vão curtir o que você vai tocar e  que vai falar.  Isso da um friozinho na barriga

DJ Jogado é residente no Clube 49 (Clubinho Santos) e CUFA Santos
E nas festas: TAMUJUNTO, Black Tequila, Vem Q É Black, Hip Hop Summer e Smirnoff Fest

Para conhecer o trabalho acesse www.youtube.com.br/djjogado
www.djjogado.blogspot.com
www.twitter.com.br/djjogado

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Assista Freguês da Meia Noite, do rapper Criolo

Depois do sucesso do videoclipe de Subirusdoistiozin, o rapper Criolo acaba de lançar o clipe da música Freguês da Meia Noite. A nova produção também conta uma história durante a música. Mas desta vez, tudo em preto e branco.

Confira o vídeo:





DIREÇÃO e ROTEIRO – ARTHUR ROSA FRANÇA/SAMUEL MALBON
REALIZAÇÃO — JOQUISTÃO/BOSSANOVA FILMS

Direção de Fotografia: José Roberto Eliezer, ABC
Direção de Arte – Caroline Schamall- Carrô
Produção – Caixa de Produção Filmes (Gui Passos e Rafa Azevedo)
Produção Executiva – Georgia Guerra-Peixe

Montagem – Kaluã Leite

Produção elenco –MARIA JULIA ANDRADE E LILI FIALHO

ELENCO

Criolo
Carlos Meceni
Carolina Manica
Oswaldo Macu
Josué Torres
William Amaral
Mola Gladiador
Kaneco
Phantom
Cassiano Sena Dan Dan


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O Rap vai ao Castelo


Por Marcus Vinicius Batista

As duas mulheres cantaram à capela para as 50 pessoas. O refrão “Negra sim, mulata não” paria olhares diversos, da surpresa à admiração. A música Mulata encerrou o ritual de pouco mais de uma hora, que lotou uma sala destinada quase sempre aos debates e exposições acadêmicas.
A sala, de número 315 na porta, está acostumada com tons de pele coerentes com a clareza de suas paredes e o ar de higienização hospitalar. Naquela noite de segunda-feira, pela primeira vez, a sala estava dominada por negros, muitos sem a obsessão pelo diploma na parede de casa. Mas todos orgulhosos porque uma deles – assim o sistema universitário os vê, como de outro mundo – chegou ao fim do caminho.

Joyce personificava o regime de exceção. Defendeu seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em História, na Unisantos, um estudo sobre o movimento hip-hop na Baixada Santista, a partir de 1993, data de nascimento na região. O trabalho foi o mais concorrido do curso. De doutores a gente com ensino fundamental. Universitários de cinco cursos, de Letras a Pedagogia. Parentes, amigos e integrantes do movimento social, cada vez menos uma tribo vista como moda.

Joyce da Silva Fernandes é candidata a uma lista de preconceitos inerentes à sociedade brasileira. Ela tinha várias credenciais para dar errado no país que finge tolerar quem não nasceu europeizado ou não embranqueceu com as benesses do poder econômico ou com a fama das celebridades.







Joyce é negra, mulher e moradora de bairro de periferia. Veste-se com amor pelas raízes africanas. Já foi chamada de macumbeira na rua e quase foi contratada como cartomante. Joyce também é rapper, outro universo dominado pelos homens. Preta Rara, seu nome artístico, também enfrenta problemas por serem caiçaras. Ela e Negra Jack formam o grupo Tarja Preta, a primeira dupla de mulheres rappers do litoral de São Paulo. Hoje, apresentam-se mais na Capital e no interior, onde são tratadas com reverência pelo conteúdo politizado e feminista de suas composições. Naquela noite de segunda-feira, Joyce não era Preta. Joyce era uma professora de História, que se legitimava pelo rigor acadêmico e pela linguagem científica. A força das letras que, por exemplo, denunciam a falsa abolição e a exploração do corpo da mulher se transformou em argumentos para analisar um dos fenômenos culturais da história recente da região.

O rap abriu as portas do castelo, normalmente atento às próprias preocupações da corte. Dentro dele, há mentes resistentes que transgridem ao compreender a necessidade de conversar com o mundo lá fora, de maneira horizontal, sem pedantismo ou arrotos de conhecimento de almanaque.

A sala 315 serviu de testemunha para um instante único, um ponto de partida para a aproximação da elite educacional com aqueles que dinamizam a cultura na base social, lutam contra os vácuos da era do consumo e constroem novos caminhos de conhecimento sobre o mundo que, inclusive, rodeia os muros do castelo. Naquela noite de segunda-feira, a sala 315 representou a chance concreta de uma sociedade em que brancos e negros, homens e mulheres, possam conviver com senso de coletividade e atenção para os problemas que insistem em permanecer sob o manto da invisibilidade social.

A sala 315 ainda se constitui como exceção. Abrigará, possivelmente, muitos discursos, por vezes inócuos, por vezes relevantes, mas suas paredes anti-sépticas não conseguirão limpar aquela narrativa, encerrada com duas rappers que, em rimas de indignação, desnudaram a condição da mulher negra, maioria fora do castelo, visitante ocasional dentro dele.



Confesso que ao ler esta crônica sobre o Trabalho de Conclusão de Curso da Joyce, da Tarja Preta, logo senti a necessidade de ler a monografia inteira. E senti a incrível ousadia de postar esta crônica neste blog. Agradeço pela autorização tanto da Joyce quanto do mestre Marcão.

O RAP ME ENSINOU A SER QUEM EU SOU.

PAZ;

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

DESAPARECIDO


Salve galera!

O rapper Manoel de Araújo Tomaz, o Man da banda Filosofia de Rua, está desaparecido desde o dia 11/11/2011. Se alguém tiver notícias, por favor, entrem em contato com o Portal RAP NACIONAL (47) 3347-7475 / 7811-3497 / 92*199119 ou mandem e-mail para samantalorena_@hotmail.com.